Por N.A:O, Qliphoth - The Complete Series (Qliphoth - A Série Completa). Tradução de Ícaro Aron Soares.
As orações que são dedicadas a mim são os choros das crianças, os gritos de suas mães.
— De uma evocação a Tezcatlipoca.
O momento de começar o quinto aeon chegou aos deuses e seu universo cíclico exigia sangue mais uma vez. O grande crocodilo que nadava nas águas caóticas do mundo foi morto pelos dois irmãos que trouxeram ordem ao cosmos: Tezcatlipoca, o Negro, e Tezcatlipoca, o Branco, também chamado de Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada. Eles mataram o monstro e fizeram dele a terra e os céus. De horizonte a horizonte, o mundo foi dividido em quatro quadrantes, a partir dos quais os quatro governantes dos quadrantes lutavam entre si em uma batalha sem fim: Tezcatlipoca, o Vermelho (Leste), Quetzalcoatl (Oeste), Tezcatlipoca, o Azul (Sul) e Tezcatlipoca, o Negro. (Norte) governavam dos seus tronos em cada um dos pontos cardeais. A fim de estabelecer a ordem, uma grande lança foi fincada, estendendo-se do céu mais elevado da Divindade Dupla até o abismo mais baixo do Submundo, Mictlan.
Tudo o que foi criado estava em perfeito equilíbrio, exceto a desgraça iminente que afligia os deuses. O universo que eles criaram pereceria sem mais de sua fonte de vida: o sangue. Assim, os humanos foram criados com o único propósito de fazer sacrifícios periódicos aos deuses, a fim de garantir a sua existência contínua, sem os quais deixariam de existir.
ENCONTRANDO O DIABO
Os ritos de possessão e sacrifício eram celebrados uma vez por mês, no décimo oitavo dia do mês chamado tecpatl, dedicado ao poder de Tezcatlipoca. Música alta e orações eram comuns enquanto a pessoa possuída pelo deus sentava-se no trono conversando com aqueles que imploravam ao seus pés. Ele era preparado para as cerimônias no último ano e quando o dia acabasse seria sacrificado com uma faca de pedra.
Aos olhos dos espanhóis, os rituais que os índios realizavam eram portas de entrada para seres que nunca deveriam ter sido convidados a pisar na terra, e relatos de demônios estelares trazendo doenças e destruição proliferavam entre os mais velhos das tribos. Não havia ninguém que não se tivesse aberto às energias destes seres de outro mundo, e a consequência da sua presença no nosso mundo era facilmente aceita. Nenhum deus, por mais malvado que fosse, não tinha uma oração negada. E nenhum deus realmente se importava com os humanos, exceto um: Quetzalcoatl.
Os monges espanhóis reconheceram nesta figura obscura o mesmo Diabo que tentou Cristo durante os quarenta dias que passou no deserto, ou Aquele que tentou Adão e Eva no paraíso na forma de uma serpente. Ele era Lúcifer que liderou uma batalha celestial contra Aquele e aquele que foi expulso do céu. E não só Tezcatlipoca representava um grande problema para os europeus; na mitologia asteca: as estrelas nos céus tornavam-se criaturas vivas que desciam e atormentavam os vivos. Os deuses espalhavam pragas, matavam homens, mulheres e crianças e cometiam os atos mais horríveis que se possa imaginar. Mas tudo acontecia por ordem de um deus, governante de todos: Tezcatlipoca, às vezes referido como o Negro.
O fato é que não estavam a interpretar mal este ser, e as semelhanças entre a imagem católica de Satan e este deus obscuro eram surpreendentes. No ensaio a seguir explorarei a imagem desse deus obscuro em seu aspecto chamado Tezcatlipoca, o Negro, utilizando recursos históricos/arqueológicos, bem como meu próprio trabalho com o deus. Todas as citações utilizadas provêm de evocações reais realizadas com Tezcatlipoca. Serão expostas algumas das técnicas dos feiticeiros nahualtin1 para que quem lê possa entrar no reino do deus e exigir dele os poderes que possuíam os antigos magistas que estavam sob seu comando.
O ESPELHO FUMEGANTE
Tezcatlipoca também é conhecido pelo nome de Moyocoyani que significa “Aquele que Se Autocriou”. Não está diretamente ligado à lenda de sua criação onde ele foi colocado em seu ponto cardeal correspondente para criar o universo, mas à figura de um Rei-Sacerdote que governava uma cidade antiga e liderava uma batalha contra o Imperador que também representaria mais tarde sua contraparte. Tezcatlipoca como homem conseguiu passar pelos nove desafios iniciáticos pelos quais o homem comum passava após a morte para ser imortalizado no Mictlan, só que foi imortalizado em vida. Seu domínio se espalhava de um pedaço de terra para todo o universo, e não havia céu que não fosse ofuscado por ele de vez em quando.
Os espanhóis ficaram assustados quando descobriram que muitos grandes templos eram dedicados ao deus que eles entendiam como Satan. Os relatos falam dos encontros que os povos indígenas tiveram com esse demônio do novo mundo e as imagens que usaram confirmariam a desconfiança dos conquistadores. Velhos, às vezes de cores avermelhadas e muitas vezes sem perna, encontravam-nos à noite nos caminhos exigindo orações. As lendas contavam que esse deus estaria disposto a trazer pestilência, riquezas, honras, força, vitórias e cumprir todas as suas ambições em troca de adoração.
“Eu dou impérios e também os tiro. Eu dou riquezas e também pobreza. Exijo o medo, do qual me alimento. Alimento-me do calor ígneo que o sangue exala. À noite, as pessoas me encontram nas estradas e peço meu pagamento, então me pedem fervorosamente por misericórdia.” - Tezcatlipoca, o Negro.
Os monges gastariam sua energia antagonizando esse personagem maligno que não se enquadraria em sua visão de mundo. Do ponto de vista deles, estes atributos, que eram de fato idênticos às ideias medievais de Satan, eram exclusivamente maus e nenhum filho de Deus, livre das garras do diabo, ousaria cantar a canção de Tezcatlipoca como sinal de adoração:
“E eles cantam para mim: angui-tahui, angui-tahui, angui-tahui...”
Mas a semelhança acima mencionada com uma criatura mefistofélica não é suficiente para provar que Satan se manifestou entre a cultura asteca como um deus e é o momento de relacionar a história de Tamoanchan e a queda dos deuses: as lendas mesoamericanas falam de uma mulher primitiva chamada Xochiquetzal, ou a Flor Preciosa, que vivia no jardim que era Tamoanchan, o paraíso onde todas as pessoas nasceriam e todos os deuses viveriam. Ela era a deusa que governava a terra do Éden, o berço das almas e ao mesmo tempo o refúgio dos mortos antes da criação do Mictlan. Tudo no universo era harmonia. Não havia guerras, nem lutas, nem divisão entre a humanidade e os deuses. Tudo na criação vivia neste lugar.
Uma árvore sagrada crescia no centro da terra e ninguém deveria tocá-la, pois quem o fizesse faria com que Xochiquetzal se apaixonasse pela pessoa. Cada pessoa que passasse perto da árvore suspiraria ao ver a bela dama, mas ninguém se atrevia a chegar perto. Mas o deus Tezcatlipoca, o Negro, arrancou dela uma flor branca e apresentou-se diante da deusa dando-lhe a flor como prova de seu afeto. Ela foi seduzida pelo Espelho Fumegante só de olhar para ele e se jogou em seus braços e então ele a estuprou. A transgressão cometida fez com que a árvore caísse com tanta dor que ela se quebrou ao meio jorrando sangue do ferimento e foi quando os deuses supremos viram a bagunça que havia sido feita. Tudo, tanto terrestre quanto celestial, foi exilado do paraíso para nunca mais voltar.
Esta história é análoga à gênese bíblica em que Eva foi tentada pela serpente a comer o fruto proibido, ato que levou à queda da humanidade e à expulsão do jardim do Éden. Uma lacuna foi criada entre os Elohim e os humanos deixando entre eles a falsa Sephirah de Däath, uma porta aberta para o caótico Tehiru que, representado como o sangue, entra pela ferida aberta da árvore cortada não deixando nada para trás, apenas um deserto estéril de putrefação.
O pecado de Tezcatlipoca foi comparado ao estupro da Deusa da Terra quando ele se forçou a isso. Este evento trouxe vida ao plano material, mas não ficou impune perante o tribunal piedoso. Sua punição foi a mutilação de uma perna, após a qual ele ficou conhecido como o deus aleijado e este símbolo levou os pesquisadores a traçar uma ligação entre esse desmembramento e a Ursa Maior, cuja última estrela pode ser vista afogada sob o Lago de Texcoco por algum tempo durante o ano a partir da latitude da Cidade do México. Se prestarmos atenção a este fato, podemos começar a ver uma semelhança entre este deus e a ideia que Kenneth Grant tinha de Set, cuja estrela é o olho da constelação da Ursa Maior, Sirius. Esta constelação opera como a porta de entrada através da qual outras dimensões, especialmente as do Outro Lado, perscrutam o nosso mundo. É o sol por trás do sol que põe em movimento a vida da terra. É o falo (Tezcatlipoca) que impregna o ventre da terra (Xochiquetzal).
Quase todas as culturas atribuíam figuras aos seus deuses. O ato de caracterizá-los em figuras animais, humanas ou híbridas tornava-os muito mais acessíveis. Os fenômenos que representavam eram controláveis quando capturados em um recipiente, mesmo que fosse apenas um conjunto de símbolos que traçava limites no ser do deus: o que é e o que não é. Mas esta forma de conceitualizar as entidades era um hábito que evoluiu juntamente com a complexificação das culturas. Antigamente, os deuses não eram pensados nem adorados, eles eram experiência; e vestígios desses períodos ainda podem ser vistos no que restou escrito sobre Tezcatlipoca.
Os sacerdotes o conheciam como uma divindade sem forma e rejeitavam qualquer imagem dela, pois a entendiam como algo que nenhuma imagem poderia transmitir. Ele era considerado um deus invisível, um deus que se oculta dos humanos. Ele às vezes assumia a forma do vento e da noite. Este aspecto do deus apresentou-se numa comunicação com ele:
“Eu sou o vento obscuro da noite, as sombras ocultas que habitam dentro da sua alma humana. Eu sou a fonte da agressão que leva à destruição. Eu sou a madeira de construção que quebra com o peso da pedra.”
Para o povo ele era representado de diversas maneiras: como um homem sem cabeça e com o peito aberto, como uma pilha funerária de cinzas, como um gigante, como uma caveira e um cadáver que gritava. Descobriu-se que suas figuras eram ídolos envoltos em víboras douradas, seus crânios cobertos por uma máscara dourada semelhante a um crocodilo e seus olhos brilhando como espelhos. Seus membros são comumente negros e marcas escuras cobrem o rosto. Acreditava-se que para invocá-lo à possessão era necessário cobrir seu corpo com cinzas para se parecer com o deus e puxar sua energia para o mundo terrestre.
TRAZENDO O UNIVERSO A EXISTÊNCIA
O adepto que deseja entrar em contato com Tezcatlipoca deve preparar um templo adequado para ele tanto no plano físico quanto no astral. Para fazer isso, o cosmos em que ele existe deve passar a existir dentro do espaço que o magista usará para manter a comunicação com o deus. Os primeiros pontos que precisam ser estabelecidos são as quatro árvores cósmicas que dividiram o universo em quatro quadrantes. Para fazer isso, os quatro sigilos dos governantes devem ser desenhados em placas de madeira como símbolo dos tronos dos quais esses deuses guardam a criação. Eles devem ser colocados em suas respectivas direções.
Deve ser erguido um altar voltado para o norte, o reino de Tezcatlipoca, o Negro, que era chamado pelos astecas de Talcochalco ou “Casa das Flechas”. No altar será colocado um espelho preto. É interessante notar que o uso do espelho negro não é completamente uma modernização das técnicas de comunicação utilizadas pelos mexicas. Vários relatos dos colonizadores contam como os sacerdotes e reis os usavam como enfeites pendurados no pescoço e provavelmente com os espelhos mostravam sua iniciação que lhes permitiu usar esses artefatos para adivinhação e principalmente falar com o deus Tezcatlipoca a quem este dispositivo era atribuído, pois seu nome “Espelho Fumnegante” refere-se ao espéculo.
Duas velas ou tochas devem ser colocadas próximas ao espelho, pois os mesoamericanos usavam o fogo para iluminar sua superfície e também como forma de representar uma ponte sendo feita do plano físico para o espiritual. A superfície plana e circular do espelho caracterizava a terra e o fogo os seres sublimes cuja luz brilhava na face da terra.
O último requisito que devia ser cumprido para se comunicar com Tezcatlipoca era solicitar a sua presença no templo apenas à noite. Os meros raios do Deus Sol, Quetzalcoatl, baniriam sua presença do Mundo Terrestre, mas assim que a Serpente Emplumada fosse devorada pelo lago de Tenochtitlán, o reino de Tezcatlipoca assumiria o controle do reino e ninguém estaria a salvo de seu governo draconiano.
A fim de chamar os deuses para assumirem suas posições, os métodos antigos fariam com que você olhasse para cada direção com um queimador de incenso (de preferência usando incenso Copal) em suas mãos e desenhasse uma cruz ao cumprimentar essas forças em seu templo (ex. Tezcatlipoca, o Vermelho, Eu saúdo você e dou as boas-vindas a você para ficar no lado leste do meu templo, Quetzalcoatl eu saúdo você...) começando pelo leste e indo no sentido anti-horário. Se não quiser usar o incenso, você também pode usar uma trombeta e tocá-la após saudar as divindades em seu templo. Ao ver a fumaça do incenso se dissipando, visualize uma grande árvore à distância, com seu caule subindo tão alto que você mal consegue ver onde termina. Depois que os quatro quadrantes tiverem sido estabelecidos, tanto externamente quanto internamente, fique no centro deles e visualize como um fluxo de água corre deles até chegar aos seus pés.
O CHAMADO DE TEZCATLIPOCA, O NEGRO
Na antiga Mesoamérica havia uma forte relação entre a palavra falada e o sangue: ambos eram indispensáveis na época da criação. Os pensamentos sobre o fator vivificante da criação podem parecer deslocados quando uma determinada divindade que supostamente existe deve ser evocada e não criada. Mas o fato é que os sacerdotes astecas acreditavam que tudo no cosmos era apenas temporário, até mesmo os deuses e deusas que governavam todos os aspectos das suas vidas. Quando eles oravam, eles os mantinham vivos por algum tempo e assim cada deus tinha pessoas que se dedicavam a proteger a existência de suas divindades, mantendo um calendário e orquestrando orações e sacrifícios aos deuses para que estes retivessem a destruição impeditiva que seu desaparecimento traria para o mundo. Portanto, para convocar Tezcatlipoca, o Negro, é necessário usar ambas as ferramentas de criação para estabelecê-lo dentro do microcosmo temporário que o praticante criou em seu espaço ritual. O chamado de Tezcatlipoca servirá como elemento da Palavra e para o sangue não será necessário nenhum sacrifício real, como a maioria das pessoas entende. Será necessária apenas uma gota de seu próprio sangue no sigilo de Tezcatlipoca, pois o autossacrifício era uma prática muito comum entre os astecas e era feito por quase todos em diversas festividades durante o ano.
O Sigilo de Tezcatlipoca.
Seja como for, você decidiu isso;
Possuidor do riso da terra;
Deixe seu espírito ser adorado, sua palavra levada em conta;
Seja feita a sua vontade.
TLACATL TOTECU,
TLOQUE, NAHUAQUE, TLATLICPACQUE, MOYOCOYATZIN,
TITLACAHUAN.
Trapaceiro malvado, você ri de nós:
Autocriador, não somos nada para você,
Inimigo do mundo, você nos aniquila.
Mostre-nos as mentiras que se escondem por trás da Palavra do mundo.
TLACATL, TLAZOPILLI, TOTECU.
A alegria da dor escorre de sua boca,
Seus olhos ardem à vista do pecado.
Deus bêbado da transgressão,
Da lascívia, do incesto,
Deixe a fumaça sair, as cidades queimarem até virarem cinzas;
Levante a névoa e só então os pássaros cantarão esta canção.
A VISÃO DE HUITZNAHUAL
A seguir está uma meditação guiada que levará sua mente a acessar um dos maiores templos que foram construídos a Tezcatlipoca. Os detalhes são retirados do relato muito explícito de um monge espanhol que conseguiu acessar o local real. Agora que a única coisa que resta do templo físico é o relato de um homem e as pedras espalhadas, o templo astral é tudo o que restou. É um local existente no astral, pois os sacerdotes construíam um duplo local de trabalho para comungar com os deuses.
Este pathworking pode ser realizado enquanto você dança ao ritmo de um tambor xamânico ou deitado de costas em completa escuridão e silêncio. Eu aconselho fazer o último, mas ainda ouvindo uma faixa de tambor xamânico, pois isso pode ser muito útil para induzir o estado alterado de consciência desejado, pois manterá o magista acordado e, ao mesmo tempo, permitirá que ele caia em transe. A meditação é separada em quatro partes para que seja mais fácil de memorizar, mas deve ser feita como uma só, não adianta fazer separadamente. Uma boa maneira de memorizar os detalhes é imaginá-los enquanto você os lê. Construa primeiro as imagens em sua mente, para que possa evocá-las no momento da meditação.
1. Feche os olhos. Imagine que você está no meio de uma cidade de pedra. Várias estruturas cercam você, pintadas em diversas variações de verde, azul, vermelho e branco. Ao olhar ao seu redor, você percebe dois rios se cruzando logo abaixo da pirâmide em que você está. Ao olhar para longe, você pode notar quatro árvores enormes elevando-se aos céus.
Certifique-se de que nesta parte o seu corpo esteja completamente relaxado, pois o fluxo de energia para entrar neste local será mais rápido quando ele estiver perto de adormecer.
2. Seu coração está bombeando sangue cada vez mais rápido. Você pode vê-lo brilhando cada vez mais em laranja à medida que acelera. Veja e sinta a energia girando ao seu redor. Você coloca as mãos sobre ele e rasga a carne dele, como se quisesse expô-lo à luz do dia. Ao fazer isso, você percebe que ele se expande e fica maior a cada vez que seu coração bate e começa a puxá-lo para o seu âmago até você ficar completamente imerso em sua luz laranja, que ao mesmo tempo parece escuridão. A energia que envolve o seu corpo começa a sugá-lo para o seu centro, onde antes estava o seu coração, agora ele se tornou um vórtice para o reino interior dos astecas. Você é sugado por isso.
3. Tudo é escuridão exceto a figura de uma grande escadaria subindo que as sombras insinuam à sua frente. Comece a subir, são oitenta degraus e à medida que você sobe e se aproxima do topo da escada você começa a ver com mais clareza as pedras nos degraus, nas paredes, os afrescos pintados na frente da pirâmide. Ao chegar ao ponto mais alto, você olha ao redor. O céu está cinza iluminado pela lua cheia, mas nenhuma estrela é visível. Não há sons enquanto a cidade de Aztlán ainda dorme.
O interior do templo é mais escuro que a noite, pelo que você pode ver do exterior, mas você entra.
4. Você vê uma sala vazia de três metros e meio de largura e a única coisa lá dentro é uma cortina que vela uma câmara vizinha. Você abre esse véu e entra. Uma luz sem fonte o ilumina com um esplendor dourado e você vê lindas tapeçarias multicoloridas feitas de penas penduradas nas paredes. Esta sala não está vazia. Você sente uma presença que lentamente começa a se materializar nas sombras da sala. A escuridão da noite começa a se transformar em uma massa informe que lentamente toma a forma de uma criatura humanoide. Seu rosto é coberto por uma máscara dourada, suas pernas e braços são pintados de negro com carvão e no pescoço de Tezcatlipoca está pendurado um espelho negro feito de fumaça concentrada. Não olhe nos olhos dele, mas olhe para o espelho onde você pode iniciar a comunicação com o deus. Agradeça a ele quando terminar e siga seus passos de volta sem mostrá-lo a ele até sair da câmara de Tezcatlipoca. Lentamente, comece a mover seu corpo e volte ao seu estado normal de consciência.
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