Aosoth: A Deusa Obscura

Por V. K. Jehannum. Tradução de Ícaro Aron Soares, @icaroaronsoares e @conhecimentosproibidos.

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE:

Não apoio a Ordem dos Nove Ângulos (O9A) nem me associo a pessoas afiliadas a ela. No entanto, tenho relacionamentos benéficos com muitas das entidades veneradas pela O9A, e apresentar essas entidades à comunidade mais ampla de magia negra tem sido uma espécie de projeto paralelo meu por algum tempo.

Estou escrevendo este artigo porque acredito que Aosoth e outras inteligências espirituais veneradas pela O9A merecem um grupo melhor de magos para trabalhar do que o que a O9A tem a oferecer. Eu acredito que muitos membros do meu público estão ou se tornarão mais bem equipados para trabalhar e venerar Aosoth do que qualquer “Niner” jamais estará.

Este artigo apresentará exclusivamente métodos originais (cânticos e sigilos) para conjurar Aosoth. Minha experiência é que a corrente mágica da O9A faz com que os espíritos que eles veneram se manifestem de maneiras incomuns, muitas vezes indesejáveis e geralmente desagradáveis tanto para o mago quanto para o espírito.

Portanto, eu canalizei um sigilo único para Aosoth e canalizei cânticos originais que podem ser usados para convocar Aosoth. Os cantos e sigilos que a O9A apresenta para a conjuração de Aosoth não aparecem em nenhum lugar neste artigo.

Acima: Sigilo Canalizado de Aosoth.

Certos espíritos, sejam eles demoníacos ou não, emanam medo pela própria natureza de quem e o que são. Eu já havia conhecido entidades assim antes, e mesmo sabendo que suas intenções eram benéficas, senti medo. Eu poderia ter instruído minha aura a bloquear a intimidação para que eu pudesse permanecer equilibrado, mas pude sentir que a intimidação servia a algum propósito além de desenvolver força de caráter.

Já tive espíritos e homens que tentaram contra minha vida antes, mas a única emoção que sentia era raiva, que dava lugar à exaustão. Eu sabia que a horripilação que experimentei nas mãos desses demônios em particular não era produto de minha própria disposição, mas sim uma emanação da physis desses espíritos. Os sentimentos de êxtase que acompanham Azanigin são de natureza comparável. Inevitavelmente desenvolvi uma resistência ao medo após algumas interações com os respectivos espíritos, mas tive que aprender a resistir à intimidação de cada demônio individualmente. Embora eu tenha verificado o propósito por trás dessa causa do medo, recuso-me a ensinar sua natureza, pois saber o benefício irá arruiná-lo.

Das poucas entidades que me intimidaram assim, Aosoth é a principal. É ela quem teve o maior prazer em me assustar - lembro-me dos arrepios que senti quando as pontas de seus dedos traçaram minha espinha e pude sentir sua diversão com meu horror. Eu me mantive firme enquanto dizia “Quero que você fortaleça minha visão astral”.

Aosoth aparece em várias formas, tanto como homem quanto como mulher. É raro encontrar um espírito que se dobra com tanta frequência quanto ela, mesmo que os seres acausais não sejam limitados pelo sexo.

Na primeira edição da revista Fenrir, aparece um artigo chamado “Aosoth: An Encomium (Aosoth: Um Elogio)”, que se refere a Aosoth como a “Purple Lady (A Dama Púrpura)” bem como uma “aparição caótica/ de sabedoria, de amor, de paixão./ De morte./ De compaixão.” Este poema também alude a Aosoth ser uma psicopompa.

Em The Giving (A Doação), está escrito que Aosoth “era uma demonesa adorada por algumas seitas antigas e secretas sobre as quais nada se sabe além do fato de que as mulheres desempenhavam um papel proeminente”.

Quando Aosoth se importava em assumir um gênero na minha presença, ela geralmente parecia masculina. Em Evoking Eternity (Evocando a Eternidade) de E. A. Koetting, que delineia o domínio de Aosoth sobre a visão astral, Aosoth também parece masculino. É plausível que Aosoth assuma o gênero de seu convocador.

Em uma alegoria chamada Raven Made (Feito Corvos), Aosoth é chamada de “uma deusa de grande poder” que supostamente representava “encantamento, paixão e morte”. O título é um claro jogo de palavras, dando-nos o apelido de “Raven Maid (A Donzela Corvo)” e sugerindo que Aosoth corresponde ao atavismo do corvo.

Aosoth está relacionado com a décima quarta carta do tarô que tem os seguintes atributos:

“Autocontrole; conhecimento que permite melhorar/evoluir conscientemente e usar habilidades naturais (ou 'dons') - como carisma sexual - para a vantagem do Destino pessoal e do Wyrd, e confrontar e resolver aquelas qualidades dentro do caráter que são prejudiciais. Auto-honestidade. Nos estágios iniciais de desenvolvimento, esse indivíduo causa perturbações imprevistas e ressentimento entre outros. Começos daquilo que é reapresentado pelo atu III.”

O poema atribuído à carta sugere que Aosoth tem o aspecto da anciã, assim como sua afiliação com os corvos e seu cargo de psicopompa. Na Árvore de Wyrd, Aosoth é atribuído à quinta trilha, o caminho que liga a Lua a Júpiter. No quarto volume da publicação do Temple of Them, The Diary of a Devil Worshipper (O Diário de um Adorador do Diabo), está escrito que a trilha de Aosoth conecta o inconsciente pessoal, simbolizado pela Lua, com o fluido da Vida, simbolizado pelo planeta Júpiter.

De acordo com o Sinister Tradition, Notes VI, (A Tradição Sinistra, Notas VI), “Um local associado à Demonesa Aosoth, fica dentro da Floresta de Clun, em South Shropshire. Diz-se aqui que uma Corça Branca recebeu uma flechada acidentalmente durante uma caçada, aparentemente no coração. Ela sobreviveu, mas não pôde ser capturada, e foi vista em muitas ocasiões nos anos subsequentes, ainda vivendo com a flecha cravada no peito.” Este ensaio sugere que Aosoth vive nesta área.

O canto de convocação para todos os propósitos que canalizei para Aosoth é “Liahton Hia-noz”.

ORIGINAL

https://vkjehannum.wordpress.com/2017/01/21/aosoth/

Comentários