Hécate: Bruxaria, Morte e Magia Noturna
Por Mike Musoke, Hecate: Witchcraft, Death & Nocturnal Magic, Capítulo 2. Tradução de Ícaro Aron Soares.
"Eu sou a Grande Mãe Binah, adorada pelos homens desde a criação e existindo antes de sua consciência. Eu sou a força feminina primordial: ilimitada e eterna.
Eu sou a Deusa da Lua, a casta Diana, a Senhora de toda magia. Os ventos e as folhas em movimento cantam meu nome.
Uso a lua crescente na testa e meus pés repousam entre os céus estrelados. Sou mistérios ainda não resolvidos; um caminho recém-definido; Sou um campo ainda intocado pelo arado.
Alegre-se em mim e seja livre.
Eu sou a abençoada mãe Deméter, a graciosa senhora da colheita. Estou vestida com a profunda e fresca maravilha da Terra e o ouro dos campos, carregados de grãos.
Por mim, as marés da Terra são governadas; todas as coisas dão frutos de acordo com a minha estação. Eu sou refúgio e cura.
Eu sou a mãe, dando vida ao Universo.
Estou com você desde o princípio e estou com você por toda a eternidade.
Adore-me como Hécate, o ciclo ininterrupto de morte e renascimento. Eu sou a roda, a sombra da Lua. Eu governo as marés dos homens e dou libertação e renovação às almas cansadas.
Embora a escuridão da morte seja meu domínio, a alegria do nascimento é meu presente. Eu conheço todas as coisas e alcancei toda a sabedoria.
Eu sou a Deusa da Lua, da Terra, dos Mares. Meus nomes e forças são muitos. Toda magia e poder são meus; toda paz e sabedoria vêm através de mim.
Eu chamo tua alma; levante-se e venha. Eu sou aquilo que é alcançado no final de todo desejo.
Eu sou Diana."
- (Canção da Deusa, Livro das Sombras).
Hécate (pronunciada como "he-ka-ti") é acreditada por muitos estudiosos como tendo se originado na Cária, oeste da Anatólia, como provado pelo fato de que nomes próprios compostos com seu nome são comuns neste distrito e raro em outros lugares. Seu papel como deusa na Cária não é, entretanto, claramente conhecido. Ela é frequentemente retratada na companhia de serpentes, cercadas ou flanqueadas por elas e às vezes ela é mostrada com seu cão de três cabeças, Cérbero. Apuleio, no décimo primeiro livro de O Asno de Ouro, atribui a seguinte declaração à deusa: "Eis que eu, movida por tuas orações, estou presente contigo; eu, que sou a Natureza, a mãe das coisas, a rainha de todos os elementos, a progênie primordial das eras, a suprema das Divindades, a soberana dos espíritos dos mortos, a primeira dos celestiais, e a semelhança uniforme dos Deuses e Deusas. Eu, que governo com meu aceno os cumes luminosos dos céus, as brisas salubres do mar e os silêncios deploráveis dos reinos inferiores, e cuja única divindade toda a orbe da terra venera sob uma forma múltipla, por diferentes ritos e uma variedade de denominações. Por isso, os frígios primogênios me chamam de Pessinúntica, a mãe dos deuses, os aborígenes áticos, de Minerva Cecropiana; os cipriotas flutuantes, de Vênus Pafiana; os cretenses portadores de flechas, de Diana Díctina; os sicilianos de três línguas, de Prosérpina Estigiana; e os eleusinos, da antiga deusa Ceres. Alguns também me chamam de Juno, outros, de Bellona, outros, de Ramnúsia e muitos, de Hécate.”
Hécate é historicamente associada ao fogo infernal do submundo. Ela carregava tochas ardentes com as quais guiava as almas pelo submundo, e seus seguidores regularmente faziam oferendas a ela em poços de fogo na terra. Sua representação de segurar uma tocha é uma forma trivial para representar o fogo, mas o mais importante, este fato representa a transcendência de todas as limitações, a detentora da luz. Um significado do nome de Hécate é "a que influencia de longe" ou "a distante", que se refere à sua capacidade de afetar e mudar em uma vasta extensão, além de ter um ponto de vista excepcionalmente imparcial. Para ela nada está escondido e não há limites. Ela caminha livremente pelos labirintos de nossas vidas e pode ajudar a identificar onde os medos internos se apoderaram e, portanto, Hécate pode ajudá-lo a olhar para o interior e trazer consciência e luz sempre que você estiver em seus momentos mais sombrios.
Hécate é uma deusa poderosa com associações ctônicas que é a padroeira da magia e da bruxaria. Ela tem três aspectos: deusa da fertilidade e da abundância, deusa da lua e rainha da noite, espíritos e sombras. Ela possui um poder infernal, vagando pela terra à noite em uma perseguição selvagem, com uma matilha de cães e uma comitiva de almas mortas. Ela é a causa de pesadelos e insanidade e é tão assustadora que muitos antigos se referiam a ela apenas como “A Inominável”. Ela é a deusa da escuridão da lua, a destruidora da vida, mas também a restauradora da vida. Em um mito, ela se transforma em um urso e mata seu próprio filho, depois o revive. Em seu aspecto sombrio, ela usa um colar feito de falo e testículos com cabelos feitos de serpentes retorcidas, que, assim como as serpentes da Medusa, petrificam quem as contempla.
Hécate é a deusa de todas as encruzilhadas, olhando em três direções ao mesmo tempo. Nos tempos antigos, os feiticeiros se reuniam nas encruzilhadas para prestar homenagem a ela. Estátuas de três cabeças dela eram colocadas em muitos cruzamentos de estradas, e ritos secretos eram realizados sob a lua cheia para apaziguá-la. Estátuas de Hécate carregando tochas ou espadas também eram erguidas na frente das casas para manter os maus espíritos afastados.
Mitologia Grega
Hécate foi introduzida na Grécia já no início da era arcaica (8º-7º século a.C.). Recorreu-se à propaganda em nome de seu culto, como fica evidente no Hino Homérico à Deméter, no qual ela é louvada como onipotente. Na Grécia, ela sempre foi a deusa da bruxaria e da feitiçaria que caminhava nas encruzilhadas nas noites sem lua, acompanhada por espíritos malignos e cães latindo. As oferendas eram lançadas a ela nas encruzilhadas, e sua imagem era tripla porque ela tinha que olhar em três direções. Ela era frequentemente chamada de Enódia (A Senhora das Estradas) e, em todo caso, Hécate foi aceita pelos gregos porque havia um lugar para uma deusa da bruxaria e dos espíritos. Sua popularidade é explicada por esse fato e prova que as superstições básicas eram muito comuns entre os gregos. Pode-se acrescentar que Hécate, a deusa da bruxaria, era uma das divindades a quem as mulheres eram especialmente devotadas. A razão de sua popularidade com as mulheres é que na Grécia antiga a feitiçaria e a bruxaria eram assunto das mulheres. A imagem da tríplice Hécate era frequentemente erguida na frente da casa e nas encruzilhadas. Aristófanes nos conta que quando uma mulher saía de casa, ela sempre fazia uma oração à Hécate porque um poder que pode produzir espíritos e males mágicos também pode evitá-los.
Hécate também é vista nos Oráculos Caldeus, que enfatizavam a deusa em um papel mais predominante do que jamais havia sido visto antes, o de salvadora (Soteira) e de alma cósmica. Ela foi descrita como sendo a “substância e origem” dos símbolos e sonhos e também a deusa suprema incorporando a Titã Reia, que havia sido a Mãe dos Deuses Gregos. Nestes oráculos, ela se tornou a fonte de almas e virtudes, conferindo seu poder ao buscador que se aproximasse dela de forma adequada. O buscador concentrava-se na união com os deuses para alcançar a perfeição e enfatizava o desenvolvimento espiritual em vez das preocupações mundanas. Os Oráculos Caldeus também descreveram os fogos de Hécate como sinuosos ou envolventes. Os gnósticos abraçaram o conceito de serpente de fogo como a personificação de Sofia (ou sabedoria), que subia pela espinha e permitia ao praticante cruzar o limiar e ascender ao espírito.
“Astarte, Afrodite, Astarote,
Doadora da vida e portadora da morte;
Hera no Céu, na terra, Perséfone;
Levanah das marés e Hécate.
Todas estas sou eu, e elas são vistas em mim.
Meu é o reino de Perséfone,
O interior da terra onde conduzem os três caminhos.
Quem bebe as águas daquele poço oculto!
Verá as coisas que ele não ousa contar.
Trilhará o caminho sombrio que leva até mim,
Diana dos Caminhos e Hécate,
Selene da Lua, Perséfone."
- (A Sacerdotisa do Mar, Dion Fortune).
Religiões Modernas e Outras Crenças
Hécate é conhecida como a deusa com dez mil designações e é transmutada pelo Cristianismo na Virgem Maria, pois embora ela tenha dado à luz a muitos (o principal deles o Sol), ela ainda permaneceu virgem. O Cristianismo demoniza a entidade Hécate, chamando-a de um dos cinco arcontes demoníacos (governantes) que atormentam as almas. Nós, no entanto, observamos muitos materiais úteis emprestados da adoração de Hécate para incluir em práticas pessoais. Por exemplo, vemos o termo Lâmpades, originalmente usado para as ninfas portadoras da tocha de Hécate, sendo usado para se referir aos sete arcanjos que estão na presença de Deus, assim como o título de Kleidouchos (Portadora da Chave), que pode representar Hécate como a guardiã da entrada para os paradisíacos Campos Elísios no submundo sendo apropriada por São Pedro como detentor das chaves do céu.
Na corrente luciferiana, às vezes ela é vista como a mãe de Lúcifer. Nesta interpretação, a deusa cria Lúcifer quando ela se separa para se tornar dois seres separados, um de luz, o outro, ela mesma, permanecendo escura. Ela também carrega consigo a associação de Saturno como sua senhora, o Fado/Destino. Nesta associação, Saturno, é claro, rege o tempo e, portanto, tanto a vida como a morte, ou a criação e a destruição, e todos os processos de mudança que ocorrem entre eles. Operando como Fado/Destino, Hécate, portanto, decreta a passagem ordenada desses processos via causa e efeito. Assim, ela é tanto a Grande Mãe quanto a Mãe Cruel de nossa tradição.
Nos ritos de magia draconiana, ela é a guia através dos mistérios do submundo e a primeira iniciadora do caminho, conduzindo-nos ao Ventre de Lilith através dos portais do Lado Noturno. Meu trabalho com Hécate começou quando eu estava passando por estágios iniciáticos na magia draconiana pelo Templo da Chama Ascendente. Achei a deusa maternal, mas cruel ao mesmo tempo. Ela me disse que através do fogo e da força eu precisava ser purificado e polido, um processo que eliminaria meu ego e meus contratempos, forçando-me à evolução e então me aquecendo em sua luz divina. Ao todo, quando Hécate entra em sua vida, mudanças sutis começam a acontecer por dentro e por fora, e as mudanças podem ser fáceis ou difíceis, à medida que as partes podres e negativas são eliminadas de sua vida. Essas mudanças podem se tornar dramáticas, traumáticas e às vezes dolorosas, mas todas são necessárias para o seu crescimento espiritual.
O Chamado da Rainha das Trevas
"Eu chamo você, guardiã das chaves secretas;
Senhora do Lado Noturno; Deusa de toda Bruxaria;
Eu chamo você Hécate;
Ouça-me dizer seu nome;
Você é a deusa da Encruzilhada;
A Chama da Bruxa, Rainha das eras antigas;
Através dos Portões Lunares eu a procuro;
Senhora das terras sombrias;
No Círculo da Noite, permaneço sozinho;
Como Seguidor e Amante;
Oferecido a você;
Deixe-me sentir seu abraço sombrio;
Ó Rainha do Inferno de olhos verdes."
Espiritualidade Africana e Tradições Vodu
Aqueles na Etiópia que afirmavam ser iluminados pelos raios incipientes do Sol divino e os egípcios adoravam Hécate sob seu verdadeiro nome, “Rainha Ísis”. Ocasionalmente, Ísis é representada como um pássaro. Ela frequentemente carrega em uma das mãos a crux ansata, o símbolo da vida eterna, e na outra, o cetro florido, símbolo de sua autoridade.
“Eu, Ísis, sou tudo o que foi, é ou será; nenhum homem mortal jamais me revelou."
Ísis, como ela é conhecida na África como Rainha Auset, tornou-se uma das mais célebres de todas as deusas. Ela controla os planetas no ar, os ventos do mar e o silêncio do inferno. Sua divindade é adorada em todo o mundo de diversas maneiras e diversos costumes e por muitas pessoas. Originária do Alto Egito, essa deusa negra tornou-se a face das mulheres em todas as terras. Em seu livro O Asno de Ouro, Apuleio designa Auset como um conglomerado de todas as deusas do mundo e que nenhuma deusa existe sem ser ela. Ela é a Rainha do Céu, Rainha das Rainhas, Senhora de todas as Senhoras, mãe natural de todas as coisas, senhora de todos os elementos, governadora de toda a descendência, chefe de todas as coisas divinas, principal dos deuses e luz de todas as deusas. Ele então descreve a divindade como uma figura poderosa saindo do mar com uma abundância de cabelos e muitas guirlandas de flores presas em seus cabelos. Ela tem um disco em forma de pequeno espelho na cabeça e, em uma das mãos, segura a luz da lua e das serpentes e, na outra, folhas de milho. Seu manto de seda brilha com muitas cores. Ela traz consigo flores e frutos, um tambor de latão e uma taça de ouro. Além disso, sua boca segura a serpente Áspis, e seus doces pés são cobertos com sandálias amarradas com palmas.
Além disso, no sudoeste do Egito, uma relação estreita com a Rainha Ísis (Auset) do Egito é vista com divindades da água encontradas principalmente na Tradição Vodu praticada no Benin e no Togo. Essas divindades são conhecidas coletivamente como Mami Wata, cujas manifestações e variações são encontradas em pelo menos 20 países africanos, no Caribe e na América do Norte. Acredita-se que o nome Mami Wata signifique “mãe das águas”, que remonta ao Antigo Egito: ma ou mama, que significa “verdade” ou “sabedoria”, e uati para “água”. Assim como a Rainha Ísis, Mami Wata designou nomes esplêndidos; por exemplo, entre os Igbo, ela é Ezenwaanyi (“Rainha das Mulheres”), Nnekwunwenyi (“Mulher Honrada”), Ezebelamiri (“Rainha que Vive nas Águas”), Nwaanyi mara mma (“Mulher Mais que Bonita”). Entre outros nomes, ela é conhecida como Mamba Muntu (Pessoa Crocodilo) no Congo; Watramama no Suriname e na Guiana; Mamadjo em Granada; Iemanjá e Yemanya no Brasil e em Cuba; La Sirène, Erzulie e Simbi no Haiti; e Lamanté na Martinica. As divindades Mami Wata são a fonte da sabedoria terrena, criatividade humana, genialidade, inspiração divina e caminhos sagrados para a iluminação. Os santuários de Mami Wata no Benin incorporam ícones das tradições hindu, muçulmana e europeia, imagens da Madona Negra e do Menino Jesus católicas, da hindu Lakshmi, deusa da riqueza, beleza e felicidade, e do al-Buraq do Islã, o cavalo alado com cabeça de mulher que o profeta Maomé cavalgou de Meca a Jerusalém. Também semelhante à descrição de Apuleio da Rainha Ísis (Auset), a divindade Mami Wata aparece como uma bela criatura, meio mulher, meio peixe, com cabelos longos e pele castanha clara, e vive em um lindo mundo subaquático. Ela é frequentemente retratada com uma serpente em volta da cintura ou nos ombros ou com um pente e um espelho. A serpente é a mensageira imortal das divindades e um símbolo de adivinhação, enquanto o pente e o espelho são símbolos de sua beleza ou vaidade. As cores de Mami Wata são vermelho e branco para refletir sua natureza dupla: agressiva, mas curativa e nutridora.
Ainda na África Ocidental, o povo Fon no Benin e o povo Iorubá na Nigéria partilham um deus que espera nas encruzilhadas e atua como um mensageiro divino, um intercessor entre os deuses e o homem, e um professor de cura e magia nefasta, um malandro dado a travessuras que pode ser divertido, educativo, letal ou qualquer combinação destes. Vemos uma semelhança impressionante entre Hécate e este deus da encruzilhada, mas neste caso, Hécate aparece como uma força masculina. Os Iorubás o chamam de Esu, ou Elegbará, o mensageiro da autoridade divina, e os Fon o conhecem como Legbá. A encruzilhada é uma ideia difundida que sugere um ponto onde o bem e o mal, a humanidade e a divindade, os vivos e os mortos, a noite e o dia, e todas as outras contradições, opostos e situações que envolvem decisões devem se encontrar. Neste ponto, existe um intermediário para abrir o caminho, para proporcionar aos humanos uma escolha e para ensinar sabedoria no portão. Legbá é esse intermediário e geralmente é apresentado como um pênis grande, ereto e exibido de forma proeminente, que monta guarda em muitas portas e portões de aldeias. Durante as cerimônias em sua homenagem, os dançarinos usam saias de folhas de palmeira nas quais estão escondidos falos de madeira, de 25 a 45 centímetros de comprimento. Em algumas imagens, Hécate é retratada com muitas mãos, e uma delas segura um falo. Isto, por sua vez, relaciona Hécate e Legbá dos Fons como uma força espiritual que aparece diversa em diferentes áreas.
“A pessoa que navega com sucesso na encruzilhada, na crença africana, será recompensada com a sabedoria que está reservada para quem respeita a encruzilhada.”
- (Molefi Kete Asante).
Nas tradições do Vodu caribenho, essa mesma força masculina, como divindade da encruzilhada, é adorada como Eleguá em Cuba e Exu no Brasil. No Brasil, porém, também aparece uma força feminina com relação paralela a Hécate, “a Dama da Noite”, Pomba Gira. Pomba Gira, como espírito afro-brasileiro da encruzilhada, do cemitério e da bruxaria, é consorte de Exu e mensageira dos Orixiá (Orixás, espíritos da criação). Esta poderia ser a mesma força de Hécate que personifica as sexualidades masculina e feminina. Exu e Eleguá aparecem como um malandro animado e um menino travesso. No Haiti, porém, esse espírito da encruzilhada aparece como um velho maltrapilho, vestido com trapos, e é chamado de Papa Legbá. Papa Legbá geralmente se manifesta no serviço Radá do Vodu Haitiano como um velho apoiado em uma muleta e acompanhado por um ou mais cães. Mas embora Legbá possa parecer um velho fraco, os voduisantes acreditam que nenhum dos espíritos pode “descer” a este mundo sem a sua ajuda. Ele é o porteiro e o catalisador; ele está em todo momento e em todo lugar onde dois caminhos se juntam. Hécate em muitos mitos está associada a cães. Ela às vezes é vista segurando as chaves dos portões do submundo. Esses atributos aumentam ainda mais sua semelhança com Papa Legbá, assim como com o deus das encruzilhadas da África Ocidental. Como é observado com os seguidores de Legbá no Benin e no Haiti, os adoradores gregos de Hécate também mantinham seus santuários perto das entradas ou dos portões.
Bibliografia
Martin P. Nilsson. Greek Popular Religion, 1940. Páginas 80-97.
Burkert, Walter. Greek Religion. Cambridge, Cambridge University Press, 1985.
Johnston, Sarah Iles. Hecate Soteira. Georgia, Scholars Press, 1990.
Molefi Kete Asante. Encyclopedia of African religions, 2009.
The Golden Ass, de Lucius Apuleius "Africanus" traduzido por William Adlington em 1566.
Frank, B. “Permitted and Prohibited Wealth: Commodity-Possessing Spirits, Economic Morals, and the Goddess Mami Wata in West Africa.” Ethnology 34 (1995), 331–346.
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